05 abril, 2009

Narradores de Javé - Resenha do Filme

Ele foi gravado em 2001, em uma cidade bahiana de nome, Gameleira da Lapa. Conta a história de um povoado prestes a desaparecer em meio às águas. Com seu tom de documentário, o filme fascina por valorizar a história oral como fonte de uma narrativa bem conduzida por seus protagonistas: O próprio povo que se formou a partir daquela história que eles agora contam.

Seu objetivo é levar reflexão a respeito do que se pode ser considerado válido. A palavra escrita torna-se diferente quando citada. A verbalização transcende as regras ou limites gramaticais, culturais e sócio-econômicas; é proferida, e passada adiante. Daí se tira, de cada receptor, uma nova abordagem, uma nova estória (ou história) que, ainda, será repassada frente.

A maneira leve de apresentar um drama nos remete a uma realidade próxima, mas nem tanto, de marginalização social por causa da distancia educacional que envolve os habitantes da aldeia e o mundo fora dela.

O filme fala sobre a história do povoado de Javé, situado na Bahia, que será submerso pelas águas de uma represa. E a única chance da cidade não sucumbir, é se possuir um patrimônio histórico de valor científico . Os moradores de Javé se reúnem e apontam as histórias que o povo conta como o único patrimônio do povoado. Assim, decidem escrever um livro sobre as grandes histórias do Vale do Javé, logo chamado de livro da salvação, mas poucos da cidade sabem ler e escrever. O mais esclarecido é o carteiro Antônio Biá, que apesar das desavenças com os moradores locais se torna o responsável por reunir as histórias sobre a origem de Javé. Porém com o desenrolar da história a missão de Biá se mostra mais difícil do que parece,dentre outros motivos pelo fato dos cidadãos de Javé tentarem mudar o fato para beneficiar seus respectivos interesses,além da própria índole do protagonista,preguiçoso e irresponsável. No final da trama a tentativa de salvação da cidade se torna inútil e Javé desaparece destruída pelo progresso. Como lição, as pessoas que habitavam Javé, entendeu que para existir oficialmente, é necessário possuir provas escritas sobre o local pra onde partiram para formar uma nova “cidade”.
A trama nos faz refletir sobre a grande diferença que existe entre a linguagem oral e a linguagem escrita, sendo a linguagem a primeira facilmente manipulada pelos moradores da cidade, e isso conseqüentemente é passado para a segunda, que á a escrita, gerando a grande questão da obra.O filme também faz uma referência ao progresso, mostrando que este se faz indiferente a história das pessoas e dos lugares.

6 comentários:

  1. Edmeire, gostei muito da resenha. Sou de Fortaleza e também estou fazendo o Gestar, estou gostando muito. Um abraço!

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  2. Olá , Tania!!
    Huum... estudamos na mesma sala!!
    com a professora Clara!!
    Bjs
    Lidervam Bessa - Cordeiro Neto- Vila União

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  3. albetina maria almeidasábado, junho 12, 2010

    meu nome e Albertina moro em São Paulo estou no primeiro semastre de pedagogia.e gostei muito da resenha, parabens.

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  4. Edmeire, meu nome é Taciana, moro em Morada Nova e também faço Gestar II. Recebi da minha formadora o filme Narradores de Javé e não tive o prazer em assisti-lo pois não abriu. através da sua resenha conheci um pouco do filme, fiquei ainda mais curiosa para assisti-lo.
    abraços.
    Taciana

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  5. muito boa a sua resenha,gostei...

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